Penas Acumuladas - Carmem Soler

Penas Encimadas da poeta e educadora paraguaia Carmem Soler.

Penas Encimadas

Penas Acumuladas

Voy a decirlo de entrada para el que quiera entender: Son penas muy encimadas el ser pobre y ser mujer. Trabaja toda la vida apenas para comer. Tiene las penas del pobre y más las de ser mujer. La rica tiene derechos, la pobre tiene deber, Ya es mucho sufrir por pobre y encima por ser mujer. Está tan desamparada y es madre y padre a la vez. Derechos, ni el de la queja, por ser pobre y ser mujer. Se hacen muchos discursos sobre su heroísmo de ayer. En el papel la respetan. Pero sólo en el papel. Y lo repito de nuevo para el que quiera entender: Son penas muy encimadas el ser pobre y ser mujer.

Vou dizer já de entrada para quem quiser entender: São penas muito acumuladas a de ser pobre e de ser mulher. Trabalha toda a vida apenas para comer. Tens as penas do pobre e mais as de ser mulher. A rica tem direitos, a pobre tem dever, Já é muito sofrer por ser pobre e ainda mai por ser mulher. Está tão desamparada e é mãe e pai de uma vez. Direitos, nem para queixar por ser pobre e ser mulher. Fazem muitos discursos sobre seu heroísmo de ontem. No papel a respeitam. Mas somente no papel. E repito de novo para quem quiser entender: São penas muito acumuladas a de ser pobre e ser mulher.

Observação: Versão em Português é uma tradução livre do texto original.

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Sobre a Poetisa

Carmem Soler (1924-1985) foi poetisa, professora, tradutora e artista plástica paraguaia nascida na capital Assunção. Como ativista política, foi exilada para outros países devido à Ditadura de Stroessner. Nesse período, começou a compor seus poemas e a trabalhar com artes plásticas.