Poema Nacer Hombre da poeta boliviana Adelia Zamudio.
Nacer Hombre | Nascer Homem |
Cuánto trabajo ella pasa por corregir la torpezade su esposo, y en la casa, (permitidme que me asombre) tan inepto como fatuo sigue él siendo la cabeza, porque es hombre. Si alguna versos escribe -“De alguno esos versos son que ella sólo los suscribe”; (permitidme que me asombre) Si ese alguno no es poeta ¿por qué tal suposición? -Porque es hombre. Una mujer superior en elecciones no vota, y vota el pillo peor; (permitidme que me asombre) con sólo saber firmar puede votar un idiota, porque es hombre. Él se abate y bebe o juega en un revés de la suerte; ella sufre, lucha y ruega; (permitidme que me asombre). Ella se llama “ser débil”, y él se apellida “ser fuerte” porque es hombre. Ella debe perdonar si su esposo le es infiel; mas, él se puede vengar; (permitidme que me asombre) en un caso semejante hasta puede matar él, porque es hombre. ¡Oh, mortal! ¡Oh mortal privilegiado, que de perfecto y cabal gozas seguro renombre! para ello ¿qué te ha bastado? Nacer hombre. | Quanto trabalho ela tem para corrigir a falta de jeito do marido, e em casa, (permita-me ficar surpresa) tão inepto quanto tolo ele ainda é o chefe, porque ele é um homem. Se algum verso escrever -“Esses versos pertencem a alguém ela só os copia”; (permita-me ficar surpresa) Se esse alguém não é poeta por que tal suposição? -Porque ele é um homem. Uma mulher superior nas eleições não vota, e os piores canalhas votam; (permita-me ficar surpresa) sabendo somente assinar um idiota pode votar porque ele é um homem. Ele fica deprimido e bebe ou aposta numa inversão de sorte; ela sofre, luta e reza; (permita-me ficar surpresa). Ela se chama “ser fraca”, e ele tem o sobrenome “ser forte” porque ele é um homem. Ela deve perdoar se seu marido for infiel; mas ele pode se vingar; (permita-me ficar surpresa) em um caso semelhante ele pode até matar porque ele é um homem. Ó mortal! Ó mortal privilegiado, que perfeito e cabal você certamente desfruta de renome! Para isso, o que foi suficiente para ti? Nasceu homem. |
Obs.: A versão em português disponível neste post é uma tradução livre do texto original.
Sobre a Poetisa
Adela Zamudio (1854–1928) é uma escritora e poeta boliviana pioneira no feminismo deste país. Nascida em Cochabamba, foi autodidata e escreveu diversos textos, poemas e uma novela "Íntimas". O dia Nacional da Mulher Boliviana é festejado em seu aniversário como homenagem.
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