Qué triste que está la noche, La noche qué triste está No hay en el Cielo una estrella… Remá, remá.
La negra del alma mía, Mientras yo brego en la mar, Bañado en sudor por ella, ¿Qué hará, qué hará? Tal vez por su zambo amado Doliente suspirará, O tal vez ni me recuerda… ¡Llorá, llorá! Las hembras son como todo Lo de esta tierra desgraciada; Con arte se saca al pez ¡Del mar, del mar…! Con arte se ablanda el hierro, Se doma la mapaná…; Constantes y firmes las penas; ¡No hay más, no hay más!…
… Qué oscura que está la noche; La noche qué oscura está; Así de oscura es la ausencia Bogá bogá… | Que triste está a noite Como a noite está triste Não há uma estrela no Céu... Remar, Remar A negra da minha alma, Enquanto eu luto no mar, Banhado em suor por ela, O que está fazendo, o que está fazendo? Talvez por seu amado zambo* Com dor, vai suspirar, Ou talvez ela não se lembre de mim... Chorar, Chorar! Mulheres são tudo Nesta terra miserável; Com arte, o peixe é retirado Do mar, do mar...! Con arte, o ferro é amaciado, O mapaná* é domado…; As dores são constantes e firmes; Não há mais, não há mais!... … Que escura está a noite; Como a noite está escura; Tão escura assim é a ausência Boga* boga… |
* Bogas - pescadores e barqueiros que navegam pelas margens do rio Magdalena na Colômbia
* Zambo - descendente de família negra e indígena
*mapaná - Na Colômbia e no Panamá, é o nome de uma cobra muito venenosa.
Candelario Obeso (1849 – 1884) foi escritor, professor e político colombiano. Considerado o precursor da Poesia negra, com seu livro "Cantos populares de mi tierra" sendo considerado um dos mais importantes da poesia colombiana no século XIX. Apesar da vida humilde, escreveu sobre os saberes e linguagens afrocolombianas, amor, comedia social e traduziu diversas obras literárias.
Comments