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Textura de mármore
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Olhos Africanos (Ojos Africanos) - Medardo Ángel Silva

Atualizado: 25 de nov. de 2023



Ayer miré unos ojos africanos

en una linda empleada de una tienda

Eran ojos de noche y de leyenda

eran ojos de trágicos arcanos...

Eran ojos tan negros, tan gitanos,

vagabundos y enfermos, ojos serios

que encierran cierto encanto de misterios

y cierta caridad con los hermanos...

Ayer miré unos ojos de leyenda

en una linda empleada de una tienda

ojos de huríes, débiles, huraños.


Quiero que me devuelva la mirada

que tiene su pupila apasionada

con el lazo sutil de sus pestañas.

Ontem eu olhei para uns olhos africanos

de uma linda atendente de uma loja

Eles eram olhos de noite e lenda

eram olhos arcanos trágicos...


Eram olhos tão negros, tão ciganos,

sem-teto e debilitados, olhos sérios

que contém um certo encanto de mistérios

e alguma caridade com os irmãos...


Ontem eu olhei para os olhos de uma lenda

de uma linda atendente de uma loja

olhos de hurís, frágeis, ariscos.


Quero que ela me devolva o olhar

que tem sua pupila apaixonada

com o arco sutil de seus cílios.


Medardo Ángel Silva, Poeta equatoriano e escritor latino americano

Medardo Ángel Silva (1898-1919) é um escritor e poeta equatoriano. Ele é reconhecido como um dos expoentes do modernismo na poesia equatoriana. Pertenceu à "Generación Decapitada" com outros 3 poetas (Ernesto Noboa e Caamaño, Arturo Borja e Humberto Fierro). Considerado cholo (mestiço), foi o único poeta dessa geração de classe baixa e pele mais escura, o que lhe trouxe maiores dificuldades. Vários de seus poemas foram transformados em canções, a mais reconhecida é "El alma en los labios".

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