Ayer miré unos ojos africanos en una linda empleada de una tienda Eran ojos de noche y de leyenda eran ojos de trágicos arcanos...
Eran ojos tan negros, tan gitanos, vagabundos y enfermos, ojos serios que encierran cierto encanto de misterios y cierta caridad con los hermanos...
Ayer miré unos ojos de leyenda en una linda empleada de una tienda ojos de huríes, débiles, huraños. Quiero que me devuelva la mirada que tiene su pupila apasionada con el lazo sutil de sus pestañas. | Ontem eu olhei para uns olhos africanos de uma linda atendente de uma loja Eles eram olhos de noite e lenda eram olhos arcanos trágicos... Eram olhos tão negros, tão ciganos, sem-teto e debilitados, olhos sérios que contém um certo encanto de mistérios e alguma caridade com os irmãos... Ontem eu olhei para os olhos de uma lenda de uma linda atendente de uma loja olhos de hurís, frágeis, ariscos. Quero que ela me devolva o olhar que tem sua pupila apaixonada com o arco sutil de seus cílios. |
Medardo Ángel Silva (1898-1919) é um escritor e poeta equatoriano. Ele é reconhecido como um dos expoentes do modernismo na poesia equatoriana. Pertenceu à "Generación Decapitada" com outros 3 poetas (Ernesto Noboa e Caamaño, Arturo Borja e Humberto Fierro). Considerado cholo (mestiço), foi o único poeta dessa geração de classe baixa e pele mais escura, o que lhe trouxe maiores dificuldades. Vários de seus poemas foram transformados em canções, a mais reconhecida é "El alma en los labios".
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