Virginia Brindis

Virginia Brindis de Salas nasceu em 18 de setembro de 1908 na capital do Uruguai, Montevidéu. Ela foi a primeira autora negra publicada no Uruguai.

Ativa participante da vida intelectual e cultural da época apesar de uma educação formal limitada, Virginia Brindis foi parte do movimento negro que surgia pela América Latina no início do século XX. Foi militante política e participante do Partido Autóctono Negro (PAN) além de contribuir para a revista Nuestra Raza, com temáticas políticas e sociais relevantes para os afro-uruguaios.

Publicou "Pregón de Marimorena" (1946) e "Cien cárceles de amor" (1949). Pregon de Marimorena é uma coleção de canções e pregones (chamado dos vendedores de rua transformado poeticamente). contando a história de Marimorena, mulher negra tantando sobreviver de seu trabalho. Em Cien Carceles de Amor, a temática da vida da mulher negra no uruguai continua enfatizando o encarceramento social e econômico imposto a ela.

Sua obra é invisibilidade e recheada de controvérsias por ser mulher negra. Nota-se com isso a influencia do branqueamento da população uruguaia (que até os tempos atuais) invisibiliza as populações afro-uruguaias e nativas.

Por um tempo, trabalhou como doméstica na casa de uma poeta branca uruguaia, que foi uma das responsáveis por provocar em Virginia uma insegurança sobre sua capacidade de ser uma escritora. Além disso Alberto Britos Serrat acusou-a de plágio, o que foi rejeitado por pesquisadores empenhados no estudo de sua obra, como Richard L. Jackson, Marwin A. Lewis e Caroll Mills Young, que constataram que os poemas são, de fato, da autoria de Brindis de Salas.

Aos 50 anos de idade, Virginia Brindis de Salas faleceu no dia 06 de abril de 1958 em Montevidéu.