Cien Carceles de Amor
VIRGINIA BRINDIS
"Porque meu coração
é mel e cera macia
o peito há de ser ferido
até eu morrer
e enquanto eu sonho, espera e desespero,
e nas prisões do amor
morrendo, eu morro."
"O canavial cabe em
quatro dedos de rum.
Agora paga pouco o yanqui
por este milhão de canas
que o negro semeou e cortou.
Mas não vou beber este trago,
porque é um trago de suor.
Aqui o bêbado é marinheiro,
mas se ele começar a andar
Vê-se que de terra é feito o mar.
A onda liberada em um trago
aquí sempre é um furacão"
VIRGINIA BRINDIS
"Eu negra sou
Porque tenho a pele negra
Escrava não ! . . .
Eu nasci de ventre livre"
VIRGINIA BRINDIS
"Candombe desse Natal,
Candombe de sol caliente,
Reminiscência africana
Revivem todos os pretos
Em nossa festa cristã.
O terreiro dos escravos
Da velha Montevidéu.
Lá, pela primeira vez,
Repicou meu atabaque.
Com meu candombe te evoco
Com meu candombe te canto
Pois hoje os negros são livres
Nesta terra Oriental."